07 abril, 2011

Parece champanhe, mas é cerveja-brut



Foi de uma aposta entre irmãos que nasceu a Wäls Brut, cerveja produzida em Belo Horizonte inspirada nas belgas biére de brut, cuja representante mais conhecida é a Deus. O estilo, porém, tem outras produções disponíveis no Brasil, como a também belga Malheur e a catarinense Eisenbahn Lust. E foi justamente quando José Felipe e Tiago Carneiro degustavam uma delas, há cerca de um ano e meio, que surgiu o desafio.


"Depois de um tempo provando a cerveja, meu irmão disse: ‘Realmente uma delícia, pena que você não seja capaz de produzi-la", conta José Felipe. "Respondi que eu, sozinho, não faria uma igual, mas nós todos na Wäls, sim. Mas quase desisti ao imaginar que teria de mandar nossa cerveja a uma vinícola para a fase de champenoise. O produtor mais próximo fica no sul de Minas e não usa o método."


Os irmãos decidiram, então, fazer na cervejaria todo o processo emprestado da Champagne, a rémuage (ato de girar a garrafa quando ela está inclinada com o pescoço para baixo) por 45 dias e o dégorgement (retirada do fermento) manual. A receita tem como base outra cerveja da marca, a Wäls Tripel, também de inspiração belga e com notas cítricas destacadas. Ela recebeu levedura de champanhe e um terceiro processo de fermentação, que elevou o teor alcoólico a 11%.


Dourado-escura e translúcida, tem espuma, branca, com média formação - poderia ser mais abundante para ficar próxima do padrão do estilo. Deve ser servida em taças do tipo flûte.


No aroma, sente-se a ação da levedura de champanhe, além de notas de malte adocicadas e de delicada lupulagem. Os mesmos elementos se repetem na boca, com final seco moderado e residual adocicado. É justamente neste último ponto que a Wäls Brut poderia ter um ajuste fino, tornando-se mais seca e evidenciando mais seus outros elementos. Mas é uma boa versão de um estilo complexo de cerveja. É vendida em garrafas de 750 ml arrolhadas a R$ 120, em média.


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