A edição de fevereiro da revista Prazeres da Mesa publicou o ranking das melhores cervejas de 2009
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Na revista Exame dessa semana a matéria da capa tem nome: Budweiser
Veja um trecho da matéria:
Gestão americana, feita por brasileiros.
Pouco mais de um ano após comprar a cervejaria Anheuser-Busch, um ícone dos Estados Unidos, os brasileiros da InBev deixam claro qual o caminho escolhido para ganhar dinheiro: uma crença em metas, austeridade e meritocracia que choca os próprios americanos
Embora tenha sido berço do blues, do escritor T.S. Eliot e da casquinha de sorvete, a cidade americana de St. Louis cultivou com prazer a fama de capital nacional da cerveja. Foi aqui, às margens do Mississippi, que nasceu um dos maiores ícones americanos, a Budweiser, produzida desde 1876 pela Anheuser-Busch.
Nesses anos, empresa e cidade desenvolveram uma simbiose rara. O clã Busch, que comandou a cervejaria por seis gerações, funcionava como uma espécie de patriarcado local, doando dezenas de milhões de dólares à caridade e financiando eventos artísticos. Jovens sonhavam em trabalhar na "cervejaria", como a Anheuser-Busch é chamada na cidade. Os salários eram acima da média e a companhia mimava os funcionários com caixas de cerveja grátis, ingressos para jogos de beisebol no Busch Stadium e entradas para os parques temáticos Busch Gardens (o nome da família, como se vê, está por todo lado). St. Louis devolvia com fidelidade: quase sete em cada dez garrafas de cerveja consumidas na cidade saíam da fábrica da Anheuser-Busch, número muito superior à média americana, de 50%.
Beber Budweiser era questão de orgulho municipal, dada a enorme rivalidade entre St. Louis e Milwaukee, onde nasceu a Miller. Essa história, porém, terminou em 18 de novembro de 2008, quando a empresa mais querida de St. Louis foi comprada pelo grupo belgo-brasileiro InBev. Desde então, a cidade vem tendo de se habituar a uma nova realidade - St. Louis não é mais a capital de coisa alguma.
Para piorar as coisas, a aristocrática e generosa família Busch foi substituída por um pequeno grupo de executivos brasileiros que vestem calças jeans surradas, não dão a mínima para tradições centenárias e estão virando a maior cervejaria dos Estados Unidos do avesso. Os próprios funcionários trataram de resumir a dolorosa transformação: o endereço da sede da empresa, em 1 Busch Place, tem um novo apelido entre eles - 1 Brito Place.
O BRITO EM QUESTÃO É O CARIOCA Carlos Brito, presidente mundial da ABInBev. Ele comanda aquela que é a maior cervejaria do mundo, nascida após a aquisição da Anheuser-Busch pela InBev. Apesar de ter sede na Bélgica, a ABInBev é, em seu DNA, uma empresa brasileira. Nove dos 13 executivos de sua cúpula fizeram carreira na AmBev, braço brasileiro da cervejaria - o carioca Luiz Fernando Edmond, ex-presidente da AmBev, foi despachado para St. Louis para comandar pessoalmente a incorporação da Anheuser- Busch. Hoje, esses brasileiros têm aquela que é a mais difícil missão de sua carreira: fazer a maior aquisição da história do setor dar certo. A compra da Anheuser-Busch era um sonho antigo dos controladores da AmBev, os investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que atualmente dividem o comando da ABInBev com um grupo de famílias belgas. Mas o negócio acabou sendo concluído na pior hora possível, em meio ao pânico do fim de 2008.
Para fechar a compra, a InBev teve de pagar caro e se endividar perigosamente - foram 45 bilhões de dólares em empréstimos para concluir a aquisição de 52 bilhões de dólares. Além disso, a maior recessão do pós-guerra fez o mercado americano de cerveja encolher.
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A revista Gula também trouxe uma matéria grande sobre cervejas