24 setembro, 2013

Coluna 1 | Andy Macgowan - Petrus Aged Pale, Mikkeller Grassroots e Horal´s Megablend

Hoje começa uma nova coluna no All Beers, basicamente de degustação. Convidei um amigo e conhecedor de boas cervejas, Andy Macgowan, que vai descrever nas linhas abaixo sua opinião sobre alguns rótulos escolhidos por ele.


Petrus Aged Pale       
Bélgica                  


Numa noite qualquer como outra, num calor infernal, peço para o dono do bar, uma de minhas cervejas sour prediletas e adivinha a resposta dele?
"Não tenho gelada!"
Arrisquei, e dei um tiro certeiro numa garrafa que eu não dava a mínima, depois de ver que o falecido e querido Michael Jackson (não é o cantor), já tinha publicado sobre ela e depois de saber que foi uma das primeiras cervejas do estilo a serem levadas para as terras do tio Sam, decidi tomar. Por dois motivos, primeiro pela curiosidade, segundo pelo preço muito acessível!  
   
A prazer imensurável de sentir um aroma animal, avinagrado, algo como um curral. Está intrigado?
O sabor levemente maltado, com doçura ligeira e um bom azedo persistente, fez com que essa cerveja fosse uma das melhores escolhas que já fiz.


Mikkeller Grassroots wheat is the new hops
Estilo: IPA
Dinamarca    
   

Fiquei muito feliz em saber que essa cerveja já pode ser encontrada em bares e empórios!
Esse rótulo, se trata de uma ipa feita com trigo e fermentada com brettanomyces, um equilíbrio perfeito de estilos.
Incrível como a brett é delicada e intrigante, deixando um pouco de lado os aromas dos lúpulos (citra e centennial pelo que me lembro), mesmo assim, uma presença cítrica de limão e outras delícias azedas.
Altamente carbonatada e refrescante, com amargor na medida e um pouco de fermento. Excelente cerveja! Tomaria o dia todo, pra todo o sempre (risos).


Horal's Megablend 2013
Estilo: Lambic - Gueuze
Bélgica


Por fim, pra fechar com chave de ouro, uma das melhores cervejas que já tomei. Fresquinha, acabou de chegar no Brasil.
Trata-se de um blend entre 9 lambics (3 fonteinen, boon, De Oude Cam, De troch, Hanssens, Lindemans, Oud beersel, tilquin e Timmermans), na qual já temos alguns exemplares produzidos por elas (não exatamente os do blend). É uma cerveja limitada, feita a cada 2 anos, no caso, essa 2013, foi produzida especialmente para a 9º edição do Tour de Gueuze, que ocorre na Bélgica.

Se eu for falar de toda história dessa cerveja, eu precisaria de uma coluna inteira só pra ela, mas vamos deixar de bla bla bla e ir pra o que interessa, sua acidez!
O aroma evolui a cada segundo, algo que um mortal, por mais que tente, não consegue explicar, mas algo que se pode esperar, novamente a origem animal, terra, cítrica delicadamente agressiva. Posso imaginar o "cheiro da Bélgica" (como dizem alguns amigos que tiveram a sorte de visitar o país). Na boca é tão seca, que pede um gole atrás do outro.
Não entendo como pessoas ainda acham caro, uma cerveja como essa, comparando com a fortuna que pagam num champagne. Na minha opinião, um brinde com uma Gueuze como essa, garante muito mais prosperidade e satisfação!

Andy Macgowan.
O texto acima representa a opinião do autor.
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