28 junho, 2011

Bamberg: o desafio de ser microcervejeiro no Brasil

Para muitos universitários, cerveja é sinônimo de matar aula e se divertir. Quando Alexandre Bazzo estava na faculdade de engenharia, cerveja era coisa séria. “Durante a faculdade eu já fui me direcionando para estudar fermentação de cerveja e lançar a Bamberg”, conta o cervejeiro da marca.

Com o fim da faculdade, Bazzo e os irmãos Thiago e Lucas passaram um ano planejando o negócio e viajando pelo mundo em busca de referências para produzir uma cerveja artesanal e com qualidadae. “Investimos 1 milhão de reais para começar, mas a gente não para de investir”, conta Alexandre.

Em dezembro de 2005, o trio decidiu colocar o projeto em prática. “Desde o começo, o nosso objetivo sempre foi fazer um produto diferenciado e buscar a qualidade”, explica. O esforço surtiu efeito. Neste ano, a Bamberg ganhou o título de melhor cervejaria da América do Sul, no Great South Beer Cup.

Para sobreviver e crescer em um mercado concentrado nas mãos de grandes empresas, Bazzo explica que foi preciso tomar decisões importantes para continuar funcionando. “A dificuldade é grande porque 99,7% do mercado está com as grandes cervejarias. O poder deles é maior do que o nosso. Se a gente começar a fazer propaganda não sobra dinheiro para matéria-prima. A estratégia foi buscar as competições para que os especialistas falassem sobre a gente”, explica.

Segundo ele, o que também dificulta o crescimento é a burocracia para lançar novos produtos. “O cálculo de imposto está prejudicando muito. Ter cervejarias no Brasil se tornou um negócio inviável, só fica quem gosta mesmo do que faz”, defende. Quase metade do valor do produto é impostos.

Mesmo assim, a empresa cresce 30% ao ano e produz até 40 mil litros de sete tipos de cerveja por mês. “Quando começamos, o mercado não estava tão aquecido. Se fosse abrir uma cervejaria hoje, precisaria de 3 a 5 milhões de reais para garantir o fluxo de caixa”, diz. O retorno do investimento no negócio aconteceu depois de oito meses.

Da fábrica em Votanrantim, quase toda a produção segue para bares e restaurantes do estado de São Paulo, onde é possível encontrar um chope da marca por R$ 6,50 ou uma garrafa de cerveja por até R$ 9.

Entre os planos da empresa, Bazzo destaca a importância de se consolidar no mercado de chope. "Desde janeiro estamos investindo para ter o crescimento de 30% e acredito que seja a compra de mais tanque que vai ajudar a aumentar a produção. O foco é sempre vender mais chope do que cerveja porque é financeiramente mais atrativo", explica.

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