O grupo japonês Kirin anunciou nesta segunda-feira a aquisição do controle da cervejaria brasileira Schincariol por R$ 3,95 bilhões. A operação encerrou três meses de especulações sobre a venda da vice-líder no mercado nacional de cerveja, com 11% de participação. A Kirin comprou a Aleadri-Schinni Participações e Representações, de Alexandre e Adriano Schincariol. A holding detém o controle do Grupo Schincariol, com 50,45% das ações. O restante do capital (49,5%) continua nas mãos dos primos Gilberto e José Augusto Schincariol, que desde o início se colocaram contra a venda da companhia.
Segundo o sócio de fusões e aquisições do Banco BTG Pactual, Marco Gonçalves, o acordo fechado prevê a permanência de Adriano Schincariol no comando da companhia no período de transição, não superior a um ano. Além disso, todos os demais membros da diretoria da empresa firmaram contrato para permanecer por mais três anos.
A Schincariol queria um parceiro que não viesse desagregar e que pudesse manter o DNA da família. Os japoneses, que não conhecem o mercado brasileiro, aceitaram imediatamente essa proposta. Foi um casamento perfeito, pois eles disseram que não viriam para o Brasil sem conhecer o mercado - disse ele, que assessorou a empresa brasileira, assim como o escritório Mattos Filho. Pelo lado da Kirin participaramTozzini Freire e Citi.
A companhia foi posta à venda há cinco meses pela família, e as conversas também envolveram a holandesa Heineken, a sul-africana SAB Miller e a inglesa Diageo. Entre os motivos colocados pelo mercado para a oferta, estavam desde a perda de participação no mercado até a briga entre os acionistas. Segundo Gonçalves, no entanto, havia divergência de interesses, mas não conflito:
A operação foi concluída porque a oferta era muito convidativa. Os irmãos pegaram a empresa com faturamento de R$ 1 bilhão em 2003 e deixam agora com faturamento de R$ 7 bilhões. Não é um descontentamento com a companhia e com o setor, apenas com a proposta e é hora de partir para um outro negócio.
O dinheiro já foi depositado nas contas dos irmãos Schincariol. O valor da transação ainda pode ser elevado, dependendo do desempenho da cervejaria brasileira neste ano. Segundo comunicado da Kirin, a compra será consolidada no terceiro trimestre do ano fiscal a se encerrar em dezembro de 2011.
Japonesa aposta no mercado brasileiro
A Kirin afirma ainda que a operação fortalece sua estratégia de internacionalização no segmento de bebidas, consolidando sua base no crescente mercado brasileiro. O grupo projeta um crescimento de mais de 10% dos segmentos de cerveja e refrigerantes no Brasil, impulsionados pelo incremento da população, da renda e do PIB do país. Citando dados da Euromonitor, a Kirin estima que o mercado brasileiro de cerveja movimente R$ 56,7 bilhões.
"Estamos convencidos das oportunidades que a Schincariol e o mercado brasileiro oferecem. Com nossa experiência no desenvolvimento de produtos e nossa expertise em tecnologia, pesquisa e marketing, pretendemos acelerar o crescimento do Grupo Schincariol e ampliar a presença de suas marcas. Como parte de sua estratégia de investimento, a Kirin considera ser muito importante preservar a cultura e valores corporativos" disse o diretor executivo da Kirin, Hirotake Kobayashi, por meio de nota.
A Kirin tem forte presença na Ásia (Japão, China, Taiwan, Vietnã, Tailândia, Cingapura e Filipinas) e na Oceania, mercados que pretende liderar até 2015. Em 2010 registrou vendas totais de cerca de US$ 28 bi.
Já o Grupo Schincariol é o segundo maior fabricante de cervejas do Brasil. Além da Nova Schin, seu portfólio é composto por marcas como Devassa Bem Loura, Glacial, Baden Baden e Eisenbahn, boa parte delas adquiridas desde 2007. Atua também no segmento de refrigerantes, sucos e água mineral (Schin e Skinka), onde é o terceiro player no ranking nacional.
Fonte: O Globo Economia
Segundo o sócio de fusões e aquisições do Banco BTG Pactual, Marco Gonçalves, o acordo fechado prevê a permanência de Adriano Schincariol no comando da companhia no período de transição, não superior a um ano. Além disso, todos os demais membros da diretoria da empresa firmaram contrato para permanecer por mais três anos.
A Schincariol queria um parceiro que não viesse desagregar e que pudesse manter o DNA da família. Os japoneses, que não conhecem o mercado brasileiro, aceitaram imediatamente essa proposta. Foi um casamento perfeito, pois eles disseram que não viriam para o Brasil sem conhecer o mercado - disse ele, que assessorou a empresa brasileira, assim como o escritório Mattos Filho. Pelo lado da Kirin participaramTozzini Freire e Citi.
A companhia foi posta à venda há cinco meses pela família, e as conversas também envolveram a holandesa Heineken, a sul-africana SAB Miller e a inglesa Diageo. Entre os motivos colocados pelo mercado para a oferta, estavam desde a perda de participação no mercado até a briga entre os acionistas. Segundo Gonçalves, no entanto, havia divergência de interesses, mas não conflito:
A operação foi concluída porque a oferta era muito convidativa. Os irmãos pegaram a empresa com faturamento de R$ 1 bilhão em 2003 e deixam agora com faturamento de R$ 7 bilhões. Não é um descontentamento com a companhia e com o setor, apenas com a proposta e é hora de partir para um outro negócio.
O dinheiro já foi depositado nas contas dos irmãos Schincariol. O valor da transação ainda pode ser elevado, dependendo do desempenho da cervejaria brasileira neste ano. Segundo comunicado da Kirin, a compra será consolidada no terceiro trimestre do ano fiscal a se encerrar em dezembro de 2011.
Japonesa aposta no mercado brasileiro
A Kirin afirma ainda que a operação fortalece sua estratégia de internacionalização no segmento de bebidas, consolidando sua base no crescente mercado brasileiro. O grupo projeta um crescimento de mais de 10% dos segmentos de cerveja e refrigerantes no Brasil, impulsionados pelo incremento da população, da renda e do PIB do país. Citando dados da Euromonitor, a Kirin estima que o mercado brasileiro de cerveja movimente R$ 56,7 bilhões.
"Estamos convencidos das oportunidades que a Schincariol e o mercado brasileiro oferecem. Com nossa experiência no desenvolvimento de produtos e nossa expertise em tecnologia, pesquisa e marketing, pretendemos acelerar o crescimento do Grupo Schincariol e ampliar a presença de suas marcas. Como parte de sua estratégia de investimento, a Kirin considera ser muito importante preservar a cultura e valores corporativos" disse o diretor executivo da Kirin, Hirotake Kobayashi, por meio de nota.
A Kirin tem forte presença na Ásia (Japão, China, Taiwan, Vietnã, Tailândia, Cingapura e Filipinas) e na Oceania, mercados que pretende liderar até 2015. Em 2010 registrou vendas totais de cerca de US$ 28 bi.
Já o Grupo Schincariol é o segundo maior fabricante de cervejas do Brasil. Além da Nova Schin, seu portfólio é composto por marcas como Devassa Bem Loura, Glacial, Baden Baden e Eisenbahn, boa parte delas adquiridas desde 2007. Atua também no segmento de refrigerantes, sucos e água mineral (Schin e Skinka), onde é o terceiro player no ranking nacional.
Fonte: O Globo Economia