20 fevereiro, 2014

Cervejaria Nacional lança cerveja sem lúpulo


Veja o primeiro texto feito pelo Heloisa Lupinacci, do caderno Paladar/Estadão para o All Beers.
Primeira colaboração de muitas, eu espero! Texto e foto por Heloisa Lupinacci.

Não deixe de ler o texto no Caderno Paladar, mesma cerveja, texto diferente!


***
A Magrela, cerveja sem lúpulo feita pela Cervejaria Nacional em parceria com Steffen Ohnemüller, do Bike and Beer, começa a ser servida segunda-feira, dia 24 (R$ 14, 320 ml, com dose dupla no primeiro dia: você pede uma e ganha outra). Eu fui provar a cerveja em primeira mão para a coluna no Paladar e combinei com o Raphael que viria aqui contar que gosto ela tem.

É uma gruit ale, inspirada pelas gruits belgas, destino da próxima edição do Bike and Beer. "É uma cerveja para abrir a cabeça. Todo mundo é fã de lúpulo, eu sou louco por lúpulo, mas a ideia é ver as outras coisas, o malte, o fermento...", diz Hoffman, 24 anos, há um ano como mestre-cervejeiro da Nacional.

A Magrela leva maltes viena e caramelo (a base está entre a pilsen e a amber ale da casa). Tem adição de mel, açúcar mascavo e um gruit com 18 temperos: alecrim, sálvia, louro, gengibre, coentro, zimbro, cardamomo, alfavaca, cidreira, jasmim, macela, calêndula, camomila, alfazema, pimenta-do-reino, canela, cravo e erva-doce. Com fermento de weiss.

Sem o amargo do lúpulo, Hoffman buscou na acidez o equilíbrio para o dulçor (que não é pouco, já que, além do malte, tem mel e açúcar mascavo para equilibrar). A escolha pela levedura de weiss foi esperta: ela traz bastante acidez e ressalta as notas fenólicas (já presentes também no gruit).

Parte dos temperos vem com toques herbais e florais, fazendo com que a cerveja se apresente leve e bem fresca. "Eu quis realçar as notas florais, porque as condimentadas podem ser esquisitas", diz Hoffman.

Eu confesso que estava esperando provar uma espécie de quentão com gás quando li sobre ela. E fiquei surpresa com o frescor dos primeiros goles. O pouco de amargo que aparece vem do alecrim e é bem passageiro.

Como essa cerveja tem muitos compostos aromáticos, com a mudança de temperatura e a volatilização desses compostos, ela vai mudando muito. No começo, ela estava gelada, recém-retirada do tanque, e os goles eram todos floral e acidez, fáceis, frescos. Conforme foi esquentando, começaram a aparecer as notas de condimento e de mel. Malte, mascavo e mel, cravo e canela foram se destacando e a cerveja foi virando um pão de mel líquido. Deixada para esquentar, à temperatura ambiente, vieram umas notas de xarope de tosse e de banca que vende ervas medicinais.
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