É um espaço pequeno e interativo que conta a história do mosteiro, destacando a construção da cervejaria e o começo de sua produção em outubro de 1862.
A primeira cerveja produzida, mas que não chegou a ser comercializada, foi uma “Double Bavarian-Style Bock”, o que sugere uma cerveja de baixa fermentação. Porém, após duas ou três bateladas de teste desta cerveja, os monges decidiram por produzir a Bière Forte, uma cerveja de alta fermentação. Aliás, há uma garrafa desta receita de cerveja que era chamada Hygiènique, produzida entre 1920 e 1940. Esta cerveja era descrita por químicos da época como saudável, altamente nutritiva, livre de aditivos químicos e com ingredientes de alta qualidade. Era normalmente recomendada por médicos para a manutenção de uma vida saudável.
Após o fim da guerra, os monges decidiram reconstruir a cervejaria, modernizando-a e também mantendo a tradição que envolve a produção de cervejas trapistas.
Outro destaque, é a preocupação dos monges em produzir a cerveja de maneira sustentável, como por exemplo, o aproveitamento do circuito de água quente da cervejaria em toda a Abadia e a utilização de energia eólica. Além disso, parte das sobras de cereais do processo de fabricação das cervejas é destinada à produção de pães que abastecem tanto o monastério quanto o Auberge Poteuapré.
O grande responsável pela modernização e desenvolvimento das cervejas Chimay foi o Padre Théodore que, em conjunto com o professor e cientista cervejeiro Jean DeClercq, desenvolveu a nova planta industrial e isolou cepas de leveduras que ainda hoje são utilizadas. Na páscoa de 1948, Padre Théodore reeditou uma das primeiras receitas da cervejaria e produziu a Chimay Rouge, ou Red Cap, cerveja de estilo Belgian Dubbel com 7% ABV. Neste mesmo ano, produziu a Spécial Noel, uma Belgian Dark Strong Ale com 9% ABV e, devido ao seu grande sucesso, passou a ser comercializada não apenas no Natal recebendo o nome de Chimay Blueu ou Blue Cap.
Ao se deparar com a tábua de queijos e o carrossel de cervejas, pode surgir a dúvida sobre qual queijo harmoniza com qual cerveja.
Para ajudar na sua decisão, vale olhar o menu, que tem informações interessantes sobre as cervejas, pratos e os queijos, além de dicas de harmonização. Aliás, o menu pode ser acessado no site do Espace Chimay e ainda quando estiver lá, você pode leva-lo para casa também, como um souvenir.
Os queijos são excelentes e realmente é difícil dizer qual deles é o melhor. Porém, um belo destaque é o Chimay à la Bière, que durante sua produção é lavado com cerveja Chimay. É impressionante sentir o aroma de lúpulo na casca firme deste queijo que tem interior cremoso. O lúpulo não fica presente apenas no aroma, mas também no sabor, deixando um gosto um pouco amargo na boca.
Uma opção para chegar até a Abadia é fazer uma caminhada por uma trilha através da floresta em frente ao Espace Chimay e com sorte, ainda aproveitar o pôr do sol que no meu caso, foi uma atração a parte no fim do primeiro dia por lá.
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Fernanda Meybom - Colaboradora do All Beers
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