28 março, 2017

Debs Dezotti – Coluna 09: Beer Pairing em Blumenau

Tive a oportunidade de participar de um Beer Pairing em Blumenau, evento paralelo ao Festival Brasileiro da Cerveja, no dia 10/03.
...é um evento que aborda a harmonização de cerveja com comida de forma completa, desde combinações simples até algo mais elaborado e específico, explorando de maneira prática e teórica a versatilidade que a cerveja oferece em todas as suas conexões em termos gastronômicos. A missão do Beer Pairing é entregar ao seu público, por meio de diferentes formatos de evento, uma experiência especial e inesquecível em termos de harmonização de cerveja.” - palavras do pessoal do Beer Pairing.


Antes de falar sobre o jantar em si, gostaria de compartilhar algumas informações sobre harmonização que foram passadas no dia.

A primeira foi sobre corte, que é quando algum elemento da cerveja “quebra” algo presente no prato. As formas de corte são por Álcool, Amargor, Acidez e Carbonatação. Para ficar mais “palpável”, é quando, por exemplo, a carbonatação e amargor da cerveja “quebram” a gordura presente no prato.


As formas de interação estavam escritas no papel de mesa, com 4 tipos, que são:

- Semelhança, neste caso procure por sabores similares no alimento e na cerveja. Exemplo: Uma Stout, com notas de café, é combinada com uma sobremesa de café… (Hummm);
- Contraste, interação entre sabores contrastantes no alimento e na cerveja. Por exemplo: uma Tripel, adocicada, é combinada com queijo salgado como parmesão;
- Complementação. Uma Kriek combinada com um bolo de chocolate;
- Por último, mas não menos importante, a interação cultural. Quando uma combinação vinda de costumes de povos ou, até mesmo, da criatividade da sua família. Por exempolo: Em Portugal, comem bolinho de bacalhau enquanto tomam café. Então que tal uma Coffee Beer com pratos que levam bacalhau?


Com tudo isso dito, precisamos ficar atentos em alguns pontos! Não podemos deixar nenhum dos sabores cobrir totalmente o outro, o sabor não deve ficar desagradável (quando por exemplo peixes e frutos do mar dão um sabor metálico quando se encontram com o lúpulo) e precisamos lembrar que a textura também é relevante.

Bom, agora podemos começar!
Para praticar a harmonização dê um gole na cerveja, dê uma garfada na comida e dê outro gole em seguida. Teste os dois jeitos: Deixando a cerveja interagir com um pouco da comida na boca ou engolindo e depois bebendo o segundo gole.

Vamos ao jantar que foi conduzido pela Sommelière Inglesa Melissa Cole com pratos preparados pelo Chef Belga Fred de Maeyer.


Primeiro prato: Salmão mi-cuit, aspargo e molho bearnaise acompanhado da Bruxa 1, uma Belgian Blond, uma cerveja forte clara.


Segundo prato: Ovo poché, abobrinha tostada e creme de cogumelos com a cerveja X-bacon Rauchbock da Seasons. A ideia veio da presença de ovo no prato, que no café da manhã é muito comum vir acompanhado de bacon na Inglaterra.


Terceiro prato: Polvo com risoto de pesto de manjericão, com cítricos, presunto cru crocante acompanhada da Saison Celsons, também da Seasons.


Calma que ainda tem mais um prato e depois a sobremesa (Hummmm… =} )
Paleta de cordeiro, couve rasgada na manteiga de alho e especiarias com a cerveja Wee Heavy Wood Aged Series em dornas de amburana - cachaça weber haus - 2014 da BodeBrown, uma strong scotch ale.


E agora, a sobremesa! Mousse de caramelo com flor de sal, chantilly de mascarpone e speculoos, acompanhada de uma Coffee Beer - Hop Arábica da Morada.


O importante, e principal dica, é praticar! E para isso devemos fazer testes e entender cada elemento do prato e da cerveja e como eles interagem entre si, pode ser que um sabor seja ressaltado enquanto outro simplesmente suma! As “brincadeiras” são infinitas, assim como o gosto das pessoas. Então na próxima refeição, preste atenção no que irá comer e escolha uma cerveja bem diferente e aprecie (ou não hehe) o resultado...


Fotos: Leo Laps

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