Debs Dezotti – Coluna 01: A história engarrafada da cervejaria Zalaz
A Debs Dezotti é a nova colunista/colaboradora do All Beers! Com ela iremos conhecer cervejarias, acompanhar degustações, brassagens e muito mais!
Para começar, ela foi até a Serra da Mantiqueira, conhecer a cervejaria
Zalaz.
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Olá,
Hoje falarei da minha visita à cervejaria Zalaz (http://zalaz.com.br/), uma microcervejaria na Serra da Mantiqueira, dentro de uma fazenda (Santa Teresinha), cheia de historia para contar.
Um ótimo passeio para fazer, principalmente se quer convencer alguém do porquê de você gostar de cerveja artesanal. Nada como provar na fonte!
Além disso a simbiose da natureza e a cervejaria fez com que minha paixão por essa arte crescesse ainda mais.
Bom, então vamos à cervejaria
A cervejaria fica em Paraisópolis e está aberta a visitação, basta ficar de olho no cronograma dentro do site. Os donos, Fabrício e Junia, mesmo com a correria de suas vidas, sempre estão lá para fazer a brassagem de todas as cervejas que passam pela fábrica.
Mais de perto, conseguimos ver o belo mural de grafite realizado pela artista Rita Fittipaldi (que em suas artes sempre coloca um pássaro). O mural conta a história de duas Deusas.
A primeira, Deusa da Colheita, está abençoando seu campo de cevada. A segunda, Deusa da Cerveja, recebe a cevada abençoada pelo bico do pássaro, que a transporta durante todo o dia. Essa Deusa é representada pela sereia no mar, onde cada onda é um estilo de cerveja. No meio de tudo isso há o elemento central, o lúpulo. O céu representa o processo produtivo, que se inicia durante o dia e vai até o anoitecer.
Tive a sorte de poder acompanhar uma Brassagem! Mais um lote da Double Zuzi, uma Double expresso Porter, com teor alcoólico de 7%. O curioso é que o café utilizado é realmente feito em uma máquina de expresso, um expresso de cada vez! Achei isso mágico, mostra a dedicação para fazer uma cerveja de qualidade e única, que irá surpreender a todos que provarem! Além disso, o café já ganhou premiação de melhor do Brasil (não é pouca coisa não! rs).
Pausa para curiosidade sobre a fazenda - tem produção de suínos (que faz o torresmo de Paraisópolis ser tão famoso e também a linguiça defumada, hummm), maracujá (também utilizado para a produção de outra cerveja, a Pazion), pitayas, feijão e mandioca! Algo que me chamou a atenção é que testam diversas maneiras de produção/plantação. Pude sentir a paixão do irmão de Fabrício realizando diversos experimentos para ver qual a melhor maneira para extrair o máximo de sabor e aroma do café, sempre pensando na experiência que o consumidor terá com um produto da fazenda.
A cervejaria está a todo vapor! Lá a correria não para e da gosto de ver a paixão dos donos que colocam a mão na massa, sem frescura, no processo todo. Não tem corpo mole enquanto não acabar a produção daquele dia. Até a rotulagem tem história, o apoiador de garrafas era utilizado pela mãe do Fabrício na fábrica de cachaça que eles produziam. A fábrica da família ainda existe, só que mais moderna.
Algumas ciganas estão produzindo por lá, eles possuem dois tanques de mil litros e dois de quinhentos (quem sabe um dia não terei a minha para produzir lá também? rs
Uma ótima desculpa para viajar para esse paraíso.
Espero que essa matéria tenha inspirado vocês a buscar e entender mais sobre as histórias por trás das cervejas. A degustação pode ser muito mais do que analisar a cerveja e seu rótulo. Quando temos a oportunidade de conhecer tão de perto tudo que tem dentro dessas garrafas, conseguimos ter uma degustação única!
Caso tenham experiências como estas, por favor, compartilhem comigo. Pessoas que vão atrás de seus sonhos são sempre muito inspiradoras e são esses sonhos que estão dentro dessas garrafas.
Então fica a pergunta, como vocês degustam uma cerveja? Essa é uma das maneiras, entre tantas outras, que faço! Existem infinitas maneiras e isso me surpreende sempre que decido dar um gole!
Bom, por hoje é só
Cheers
Beso beso